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Depois dos registros de Malaquias e Neemias , o relato do Antigo Testamento é fechado e inicia-se o Novo Testamento com o nascimento de Jesus em nossas Bíblias. Mas, entre estes dois momentos, houve uma passagem de tempo de 400 anos, onde não houve “voz de profecia”, ou seja, Deus não falou com o povo por meio de profetas como costumava fazer, nem houve livro bíblico inspirado por Ele nesta época.
Mas o que aconteceu aos Judeus neste tempo de preparação, então? Para começar a entender, veremos o livro de Daniel . No capítulo 2.31-44 , o rei Nabucodonosor tem um sonho que é assertivamente interpretado por Daniel como uma visão da sucessão do Império Babilônico pelo Medo-Persa , depois pelo Grego e, finalmente, pelo Romano . Os persas foram os últimos a serem registrados no A.T., e permitiram a libertação religiosa (não política) dos judeus em 539 a.C. A partir daí, entramos no estudo da história para entender o que aconteceu no período intertestamentário.
Em 331 a.C. o Império Grego, que já vinha crescendo sob o domínio de Felipe da Macedônia, dominou a Pérsia pelas mãos de seu filho Alexandre, o Grande ; este morreu em 323 a.C., e seu grande império foi dividido entre seus principais generais em quatro regiões: Macedônia e Grécia, Ásia Ocidental (ou Trácia), Síria e Babilônia (comandada por Seleuco ) e Egito (comandada por Ptolomeu ). As duas últimas, respectivamente ao norte e ao sul da Palestina , eram inimigas , o que trouxe grandes males aos judeus , que eram oprimidos sob o domínio revezado de uma e de outra (ver Dn 8 ). O auge da opressão foi o rei selêucida Antíoco Epifânio ordenou a suspensão dos sacrifícios do templo, destruição das Escrituras e abandono das Leis judaicas, além de
profanar o santuário com sacrifícios impuros a Zeus. Suas leis se aplicavam aos judeus sob pena de morte , o que levou a grandes torturas e massacres dos opositores. No entanto, houve resistência que guerreasse contra essas imposições: a família judaica dos Hasmoneus (mais conhecidos como Macabeus) organizou a revolta que garantiu recuperação do território e independência política para os judeus em 143 a.C. No entanto, em 63 a.C., o general romano Pompeu invadiu e conquistou a Judeia, acabando novamente com sua independência.
Durante este período de revolta, a comunidade judaica sofreu movimentos políticos internos que ainda se refletiam no tempo de Jesus: os separatistas radicais que defendiam a liberdade religiosa mais do que a política, e a não contaminação com a cultura grega, deram origem aos fariseus ; os que defendiam a independência nacional, envolvendo-se com intrigas políticas, deram origem aos saduceus ; e os que, após o domínio romano, defendiam os ideais da revolta para recuperar a independência a qualquer custo originaram os zelotes . Em Jo 6.15 vemos os reflexos destes movimentos quando o povo tentou proclamar Jesus como rei (politicamente), como símbolo de resistência, ao que Ele rejeitou, já que era o Rei do Reino Eterno , e não terreno, que trazia a liberdade do pecado , e não do império romano, como os judeus leigos esperavam ( Jo 18.33-38 ).
Este estudo é parte de uma série baseada no livro "Para Entender a Bíblia", de John Stott.
Referências bibliográficas:
NELSON, Thomas. Manual Bíblico de mapas e gráficos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003.
STOTT, John. Para entender a Bíblia. Viçosa/MG: Ultimato, 2014.
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