O homem foi criado imagem e semelhança de Deus; se Deus é amor, logo, o amor é parte vital do nosso ser (1Co13.1). Mas sabemos que o pecado busca distorcer aquilo que Deus criou para ser perfeito, e este sentimento que é a assinatura do Criador também é deformado pelos ideais deste mundo.
Hoje vemos (infelizmente) índices altíssimos de suicídio e doenças
emocionais em todo o mundo, em grande parte decorrente de problemas relacionais.
Por consequência, tem crescido a conscientização sobre o assunto, juntamente
com movimentos de valorização pessoal, o que é muito importante no combate ao
problema. Mas em meio a esta conscientização brotam ideais hedonistas e
egoístas, que se valem do discurso de “não buscar agradar aos outros” como
subterfúgio para fugir ao nosso compromisso com Deus e o próximo, tratando de
forma leviana temas como reciprocidade e preservação da saúde mental
A Bíblia nos dá o conhecimento que liberta destes discursos infrutíferos e degradantes ao nos revelar as origens, efeitos e propósitos do amor:
O Ponto de partida:
A primeira coisa que precisamos
entender é que o amor é dom de Deus, não criação humana; é a assinatura do Criador
em nós, seu selo de autoria (1Jo 4.7,8; 1Jo 4.19). Assim sendo,
ele não pode cumprir seu propósito desligado de Deus, pois é uma via de mão
dupla entre nós e ele.
Os caminhos:
Ora, se o amor
não é criação humana, sua natureza não pode ser moldada pela nossa vontade. Esta
tentativa apenas irá deformá-lo e torná-lo estéril. Para que o amor de Deus
frutifique em nossa vida é necessário que ele seja compartilhado. Como
discípulos de Jesus, não somos só o alvo, mas o canal através da qual ele chega
a outras pessoas; se o amor de Deus não “viaja” através de nós, ele não está em
nós. Não há como ele ficar “estacionado no acostamento” da nossa vida (1Jo3.14-18).
Os destinos:
Como nos ensinou o Mestre, a Lei se cumpre quando direcionamos nosso amor a dois destinos: ao Pai que primeiro nos amou e ao próximo, que precisa do amor dele (Mt22.36-40). Ele deixou bem claro que “próximo” não se limita a amigos e família, nem mesmo está atrelado à reciprocidade, pois o amor que recebemos não buscou isso em nós (Lc 6.27-36; Rm 5.10). Mais do que isso; a Bíblia deixa claro que estes dois destinos são inseparáveis; não se pode amar a Deus e não amar ao próximo (1Jo 4.20-21).
E o amor próprio?
É claro que amar-se e
cuidar da própria saúde não é pecado, mas quando esse argumento se converte em
orgulho mascarado, ele se torna uma ilusão destrutiva.
O mandamento que nosso Senhor Jesus nos
deu foi este: amar aos outros como amamos a nós mesmos. O amor próprio não é um
fim em si mesmo, pois isso é egocentrismo, que o torna fútil e estéril. Ele
deve ser um meio, um parâmetro para abençoar e amar o outro, e não uma cerca
para nos separar; logo, um amor próprio que se desobriga levianamente
dos outros não procede de Deus, mas do pecado (Rm 12.3-10).
Por fim, Paulo nos
deixa o mais objetivo diagnóstico para avaliar se estamos amando a Deus, ao próximo
e a nós mesmos da forma certa em 1Co 13.4-7. Não nos enganaremos
enquanto nos lembramos que o verdadeiro amor é paciente, bondoso, humilde, altruísta
e perdoador.
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