A associação entre o orgulho e a ignorância é a mais poderosa arma do homem contra si mesmo. O orgulho fala imperiosamente sobre o que não entende; já a ignorância afasta tudo que possa desmascarar o orgulho. À ignorância pode-se nomear de religiosidade quando o "cristão", ignorando o conhecimento de Deus pela Bíblia, insiste em acreditar que pode ter um relacionamento com ele a qualquer tempo e a seu próprio modo, conforme a necessidade.
Para atacar essa ignorância dentro de nós, te convido a abrir a Bíblia e refletir sobre como o Deus Eterno vê esta atitude.
O livro de Levítico registra as especificações e exigências para o trabalho dos sacerdotes, o mais rigoroso e sério chamado que se podia receber, pois era a mediação entre Deus e o povo. Israel foi separado por Deus para ser seu reino de sacerdotes (Ex 19.5-6), a "ponte" entre Deus e todos os outros povos da Terra. Tal missão exigia fidelidade, santidade e extremo zelo pela Palavra do Senhor.
Mas depois de estabelecido e prosperando na Terra Prometida, o povo esqueceu-se de seu Deus e corrompeu-se pela idolatria dos outros povos. Então, vemos através do profeta Oséias a fala de um Deus traído pelo povo que amou e redimiu; ignorado, esquecido, cansado de ouvir falsas declarações de amor e, com evidente pesar, declarando seu juízo a um Israel reprovado em seu sacerdócio (Os 4.1-6). A causa de sua destruição, ele declara, é a falta de conhecimento.
Em Os 6.1-6 o profeta registra a "resposta padrão" de Israel a este tipo de advertência: os versos 1-3 mostram uma atitude que, a princípio, pode parecer um desejo sincero de conhecer a Deus e voltar-se para ele, cheio de fé em sua misericórdia; mas a resposta do Senhor nos versos 4-6 expõe a decepção daquele que conhece o coração do homem e não pode ser enganado pelas aparências de um amor inconstante "como a neblina da manhã", tanto que, em Os 7.14, ele declara que sentia a falsidade do coração de seu povo até mesmo nos momentos mais íntimos de oração. As reuniões eram motivadas pela comida e bebida, mas a adoração do Senhor era esquecida. Infelizmente, muitas reuniões de igreja ainda são assim: movidas por brincadeiras, comida e risadas, mas sem nenhum valor espiritual. O que pareceria sincero a olhos humanos é escárnio para Deus (Gl 6.7,8).
Fica evidente em Oséias o amor do Pai por seu filho rebelde e a tristeza de contemplar sua corrupção, sobretudo no capítulo 11. Tal é sua dor em ver o povo falhar que, no capítulo 14, ele estende mais uma vez sua mão redentora a Israel, mesmo sabendo que o resultado seria a condenação e o cativeiro. Ele deixa ao povo o caminho para a salvação através de um arrependimento sincero, humilde e compromissado, que reconhece a soberania de Deus e rejeita a idolatria e o orgulho.
Por fim, o último versículo de Oséias adverte mais uma vez para o perigo da falta de conhecimento: "Quem é sábio? Aquele que considerar essas coisas. Quem tem discernimento? Aquele que as compreender. Os caminhos do Senhor são justos; os justos andam neles, mas os rebeldes neles tropeçam." (Os 14:9). Fica claro, portanto, que o conhecimento profundo da Palavra de Deus é o antídoto para a ignorância que sustenta o orgulho. É o que nos livra da autodestruição promovida pela carne.
Que você possa abrir seus olhos através da Palavra de Deus e adorá-lo em espírito e em verdade!
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