Em meio a toda essa desilusão, a Palavra de Deus vem de encontro às nossas limitações para lembra-nos da onipotência do Pai.
Em 1Rs 17.1-16 um dos maiores profetas de Deus, Elias, desafia o reinado de terror de Acabe, que levara o país à idolatria. A fim de provar que o Senhor, e não Baal, era o Deus verdadeiro, Elias profetizou uma grande seca em Israel (pois Baal era tido como controlador das chuvas), indo em seguida para o riacho de Querite, por ordem de Deus, onde corvos lhe trariam comida.
Quando o riacho secou-se pela falta de chuva, o Senhor deu novas instruções a Elias: ir a Sarepta, onde uma viúva lhe forneceria alimento. Seria de se esperar, por essas palavras, que Elias encontraria algum conforto e descanso pelas mãos de alguém com condições suficientes para ajudá-lo, mas quando chegou a Sarepta, o profeta deparou-se com uma mulher extremamente pobre, que não tinha nada a oferecer e já esperava conformada pela morte por falta de recursos.
Elias poderia tê-la deixado e procurado por outra viúva, subentendendo que aquela mulher não poderia ser a enviada de Deus para ajudá-lo, mas ele conhecia o poder do Senhor bem demais para se deixar enganar pelas circunstâncias. Naquele dia, ambos viram Deus multiplicar abundantemente aqueles escassos recursos.
Por essa passagem, podemos fazer uma avaliação de como Deus age no sustento dos seus:
Deus não precisa de recursos abundantes para agir
A Palavra de Deus nos lembra constantemente que o Senhor jamais está limitado por falta de recursos. Pelo, contrário, ele é especialista em fazer muito do pouco: foi assim quando alimentou Israel no deserto (Nm 11.21-23), quando derrotou o incontável exército midianita com os trezentos guerreiros de Gideão (Jz 7.1-15), quando alimentou uma multidão com apenas cinco pães e dois peixes (Mt 14.15-21). Logo, ele não precisa que você seja a pessoa mais rica ou talentosa do mundo para te fazer frutificar.
Temos um chamado a cumprir
Elias recebeu uma ordem, e não uma proposta. Deus não lhe esclareceu como faria para o alimentar, mas apenas lhe disse para ir. Muitas vezes queremos saber como Deus irá agir para decidir se os seus métodos estão de acordo com a nossa vontade, quando deveríamos apenas atender ao seu chamado e deixá-lo conduzir a situação.
Deus não nos envia para ser servidos, mas para servir
Deus não conduziu Elias até alguém que tivesse a solução do seu problema, mas a alguém que padecia do mesmo problema que ele. Devemos nos manter sensíveis às necessidades dos outros, pois ele não nos abençoa em detrimento do próximo, mas nos envia para compartilhar suas maravilhas com outras pessoas.
É necessário consagrar o que temos, ainda que seja pouco
Tendemos a nos agarrar ao pouco que temos no receio de que ele se transforme em nada: se o dinheiro está curto, os dízimos e ofertas são suspensas; se falta tempo, faltamos ao culto para adiantar alguma tarefa.
A viúva foi instruída por Elias a consagrar uma preciosa parte do pouco que tinha antes de tentar suprir sua própria necessidade; se ela tivesse ofertado as sobras de sua refeição, estaria confiando nas circunstâncias, e não em Deus. Da mesma forma, ofertar a Deus o que sobra dos nossos recursos não é outra coisa senão uma tentativa de "diminuir o prejuízo no caso de ele falhar".
É necessário crer e obedecer
Se o profeta tivesse continuado onde estava na esperança de o riacho voltar a correr, teria morrido ali, assim como, se a viúva tivesse se recusado a confiar em Elias, teria morrido de fome. Só podemos ver o agir de Deus em nossa vida se entregarmos nossos caminhos a ele em fé e obediência a sua Palavra (Hb 11.6).
Deus age em meio a nossa fé, consagração e obediência para nos libertar do medo e nos mostrar o seu poder. Que hoje possamos tirar nossos olhos do que nos falta e enxergar o seu agir abençoador!
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