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Uma vida de paz e harmonia em Cristo pede equilíbrio nas nossas atitudes diárias. A prática deste equilíbrio começa com a definição de nossa identidade como discípulos de Jesus pois, quando temos clareza de quem somos consequentemente nos comportamos como tal, da mesma forma que uma pessoa que ganha um filho muda seu modo de vida ao se entender como mãe / pai.
O texto de 1Pe 2.1-17 nos ajuda a compreender essa questão de uma forma muito interessante. Em seu trabalho de encorajar os cristãos das províncias da Ásia Menor, Pedro define com metáforas seis pontos essenciais aos cristãos.
Ele começa começa comparando os cristãos com bebês (porque nascemos de novo em Cristo), e como tal, diz que precisamos nos alimentar do "leite espiritual" para crescermos em salvação (v.2). Em seguida, diz que somos pedras vivas na edificação da casa espiritual, a Igreja de Cristo (Mt 16.18) da qual o próprio Jesus é a pedra de fundamento (v.5 - 8).
Ele também nos chama de sacerdotes a oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo (v. 5), isto é, prestando culto e adoração a Deus, diretamente e de todo o coração, por meio do sacrifício de Jesus que nos deu acesso ao Pai (Mc 15.38). Depois diz que somos a nação santa, o povo exclusivo de Deus (v.9) conforme a palavra de Deus a Israel em Ex 19.5-6, pois nossa nacionalidade não é terrena, mas celestial e eterna; por isso, também, ele nos chama de estrangeiros e peregrinos (v.11), de passagem neste mundo, vivendo e anunciando o Evangelho sem tomar parte nas corrupções desta vida. Por fim, ele diz que devemos viver aqui como servos de Deus (v.16), pois se somos livres do pecado pela graça, somos escravos de Cristo para a justiça (Rm 6.15-23).
A chave para compreender o equilíbrio neste texto está em sua divisão em três partes. Cada par de metáforas que Pedro utiliza é um ponto onde devemos encontrar o equilíbrio, buscando uma coisa sem se esquecer da outra: somos chamados para o discipulado individual como bebês que devem crescer, mas também à comunhão corporativa como pedras na obra de Cristo, sustentando nossos irmãos e edificando a Igreja juntos; somos chamados à adorar como sacerdotes de Deus, mas também a testemunhar como nação santa na Terra; somos chamados à peregrinação como estranhos no mundo em que estamos, mas também à cidadania como servos de Deus, inconformados com este mundo mas operantes nele.
Somos chamados ao equilíbrio em cada par, e não a enfatizar uma coisa em detrimento de outra. Enquanto nos lembrarmos de quem somos, discípulos verdadeiros de Cristo, conseguiremos no Espírito Santo viver a vida que Ele preparou para nós com equilíbrio e sabedoria.
Este artigo faz parte de uma série de estudos inspirada no livro "O discípulo radical", de John Stott.
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